O QUE É NECESSÁRIO PARA SER UM LÍDER?
Texto: Primeira Timóteo capítulo 3 versículo 1 a 5
REFERÊNCIA BÍBLICA: “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia. Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?”. (1Timóteo 3.1-5)
EXPOSIÇÃO DO TEXTO: o apóstolo Paulo responsabilizou o jovem pastor Timóteo por cuidar da igreja na cidade de Éfeso, um dos principais centros urbanos do Império Romano. Apesar de sua capacidade, Timóteo não deveria fazer tudo sozinho, mas estabelecer outros líderes que pudessem auxiliá-lo e até mesmo sucedê-lo.
DISCUSSÃO:
1- Você deseja ser um líder na igreja? (na célula ou em outro ministério)
2- Você se julga qualificado para isso?
3- Como pode se preparar para exercer essa função?
OBJETIVO: demonstrar a necessidade de líderes na igreja, sua importância e os requisitos para o exercício do ministério.
CONTEXTO: à medida que a igreja cresce, aumenta sua necessidade de líderes, principalmente, quando se trabalha com células ou pequenos grupos de comunhão. A igreja precisa de líderes assim como as famílias precisam de pais. Os bebês não sobrevivem sozinhos. Assim também os novos convertidos precisam de alguém que os alimente e oriente até que cresçam e consigam cuidar de si mesmos e de outros.
O versículo 1 diz: “Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja”. Episcopado é o ministério de um bispo. O texto de Atos 20.28 nos permite dizer que os bispos são pastores. Quem seria um candidato à liderança? Em primeiro lugar, aquele que deseja exercê-la. Esse desejo pode ser o primeiro indício do chamado. Ninguém será obrigado a pastorear a igreja de Cristo. Contudo, não basta querer. Se a obra é excelente, como está escrito, é desejável que os obreiros também o sejam. Nenhum líder cristão é perfeito, mas existe uma qualificação necessária ao bom desempenho da função. Observe que a liderança cristã relaciona-se a uma obra, ou seja, um trabalho e seu resultado. Não se trata apenas de uma posição, cargo ou título.
O líder não pode ser qualquer um, vivendo de qualquer maneira. É verdade que Deus pode transformar o mais vil pecador em um bom líder, mas ninguém pode liderar antes de ter sido transformado e capacitado. Se uma empresa, por mais simples que seja, procura pessoas capacitadas para os seus quadros, quanto maior zelo deve ter a igreja do Senhor na consagração de seus ministros. A ausência de critérios ou o uso de requisitos errados abre as portas aos falsos e imaturos. Pense no risco de se sujeitar a um falso médico ou engenheiro. Uma liderança espiritual desqualificada é ainda mais perigosa, pois sua atuação pode afetar a eternidade de seus subordinados.
Paulo não pediu que Timóteo avaliasse aspectos espirituais dos líderes em potencial nem que buscasse de Deus uma revelação a esse respeito, mas que examinasse a reputação dos mesmos. Como disse Jesus, “pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16). Não podemos medir a fé, o amor ou a espiritualidade de alguém, mas a conduta revela sua condição espiritual.
Resumindo os requisitos para o ministério, podemos afirmar que o candidato precisa ser convertido, ter bom conhecimento bíblico, aptidão para ensinar, apresentar um modo de vida que demonstre o caráter cristão e que sirva como exemplo para os seus liderados.
Nenhum pastor conduz o rebanho aonde ele mesmo nunca foi. Moisés esteve no deserto antes de levar o povo até lá. Josué entrou em Canaã, na qualidade de espia, antes de liderar Israel na conquista daquela terra. Desse modo, o líder legítimo está sempre um pouco adiante de seus liderados em termos de conhecimento e experiência com Deus.
Nem todas as palavras de Paulo podem ser usadas em sentido literal restritivo, como se fossem um checklist, mas devemos extrair delas os princípios que o apóstolo pretendia ensinar.
O uso literal poderia nos levar a crer que o líder deva ser necessariamente homem, casado e ter filhos, mas tudo indica que o próprio Timóteo era solteiro. Portanto, se o líder for casado, o que é desejável, que seja com uma só mulher. Se tiver filhos, que sejam exemplares. O uso literal do texto nos levaria a preocupar com o vinho, mas não com outras bebidas, o que seria um erro. Portanto, nossa interpretação não deve se restringir aos exemplos citados, mas expandir a aplicação dos princípios dentro de um conhecimento bíblico mais amplo.
A lista de requisitos de Paulo não é extensa, mas completa, pois nela encontramos a palavra “irrepreensível”, cujo sentido é tão abrangente e genérico, que inclui todas as exigências plausíveis que possamos imaginar. O líder deve viver de tal forma que não seja digno de repreensão, seja por motivo que for. Se ele falhar em algum aspecto, como aconteceu com Pedro (Gálatas 2.11), deve corrigir seu comportamento e voltar a ser irrepreensível.
Sobretudo, precisamos de líderes espirituais e não apenas líderes. A diferença está na vocação, no dom e na atuação do Espírito Santo em sua vida. O verdadeiro líder não deve se preocupar, a priori, com o quanto ganhará, mas com o que tem a oferecer. Seguindo o exemplo de Cristo, o líder cristão existe para servir e não para ser servido (ainda que isso também possa acontecer – Mc 10.45). Seu propósito deve ser auxiliar as ovelhas e não controlar suas vidas como um dominador, pois o rebanho pertence ao Senhor Jesus, a quem todo líder prestará contas (1Pd 5.1-4).
CONCLUSÃO: o caráter do líder determina a qualidade de sua obra e influencia a vida espiritual de seus liderados.
APLICAÇÃO: se você deseja ser um líder de célula ou um pastor, verifique quais são suas qualidades e deficiências detectadas durante o estudo e procure tomar atitudes corretivas visando a preparação para o exercício do ministério.
Fonte: Lagoinha
PR. ANÍSIO RENATO