Divórcio é perda!
É comum cristãos olharem irmãos divorciados como fracassados, cuja vida cristã não era verdadeira, que não tiveram fé suficiente para estabelecer uma vida conjugal feliz. A vida conjugal tornou-se um critério predominante para avaliar a fé e a qualidade da comunhão com Deus.
Por outro lado, não se dá a mesma atenção à qualidade da educação que os pais dão aos filhos. Podemos ver muito mais a ação da fé e da comunhão com Deus de um casal na maneira como educam seus filhos.
Precisamos considerar que nem sempre o divórcio é um aviso de má qualidade da fé. Para muitos implicados, o divórcio é uma perda, às vezes mais dolorosa que uma viuvez. Muitos divorciados têm mais dificuldades em começar uma nova vida do que os viúvos.
A dor provocada pelo divórcio não pode ser compartilhada, dividida e anulada, o divorciado a carrega sozinho enquanto viver. O divórcio é uma perda que jamais será reparada, mesmo que a nova vida seja boa. Diante desse fato atualmente tão comum no meio cristão, vale lembrar que Jesus também suportou uma dor semelhante em relação ao Pai.
Crucificado, Jesus não esboçou nenhum lamento pelo que lhe faziam, embora tenha sido cruelmente torturado, mas manifestou sua dor e seu sofrimento quando bradou em alta voz: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Mt.27:46). Separar-se de Deus, ainda que brevemente, foi algo que Jesus não tinha experimentado desde a eternidade. A unidade entre Deus e Jesus foi rompida e ele estava só. Todavia, a profunda dor do abandono trouxe uma eterna reconciliação entre Deus e nós.
A separação foi tremendamente dolorosa para Jesus e é também para nós. Que o amor de Deus, que agora habita em nós graças ao momentâneo abandono sofrido por Jesus, nos ajude a amar sem julgamento os irmãos que sofreram perda com a separação, e os console e fortaleça.
O verdadeiro amor nos separa do julgamento e nos aproxima de quem vive abandonado.
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